Poesia da semana - John Milton (Paradise Lost)



A poesia que vou compartilhar com vocês é um trecho sublime de O Paraíso Perdido (Paradise Lost), de John Milton, o grande poeta clássico inglês. Estamos no final da saga da guerra entre os céus e o inferno, que culminou na expulsão de Adão e Eva do paraíso. Esse trecho é parte da fala final do anjo que acompanha os homens para a saída do Éden.

Ele tem muitos significados. O que mais me chama a atenção é a sua conexão com um princípio filosófico/espiritual básico e muito antigo, o do contentamento. O descontentamento pode ser a base de muitos pecados, muitos erros e incerteza, e sem dúvida é o caminho mais rápido para a perdição terrena. Por outro lado, a mensagem do anjo é muito clara: para que procurar um Paraíso fictício, se o Paraíso está em nós?

Peço desculpas pela transcrição literal do inglês. Esse é um dos livros mais lindos que já li, e nesse caso, vale muito a pena brigar um pouco com o original. Recomendo fortemente a leitura, é uma impressionante viagem no espaço-tempo, e quem chega ao seu final dificilmente termina do mesmo jeito que começou.


John Milton, Paradise Lost, book XII, lines 574-587

To whom thus also th'angel last replied:
This having learn'd, thou hast attain'd the sum
Of wisdom; hope no higher, though all the stars
Thou knew'st  by name, and all th'ethereal powers,
All secrets of deep, all Nature's works,
Or works of God in heaven, air, earth, or sea,
And all the riches of this world enjoy'dst,
And all the rule, one empire; only add
Deeds to thy knowledge answerable, add faith,
Add virtue, patience, temperance, add love
By name to come call'd charity, the soul
Of all the rest: then wilt thou not be loath
To leave this Paradise, but shalt possess
A Paradise within thee, happier far.


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