Poesia da semana - Carlos Drummond de Andrade




Hoje quero compartilhar com vocês o meu apreço pela poesia de Drummond. Pode-se dizer muita coisa sobre poesia, podem-se classificar os poetas, e há quem diga que Drummond é o poeta das coisas simples. Eu diria que é das coisas que parecem simples. A poesia de Drummond fala de muitas coisas cotidianas, mas tem uma profundidade ímpar e muitas vezes nos fala diretamente à alma e ao coração. Eu sou um cientista e não deveria acreditar muito nessas coisas, mas não consigo não me emocionar demais com os seus versos. Vejam que coisa linda a poesia a seguir. Se você, caro leitor, já perdeu alguém querido, duvido que consiga se manter impávido nessa viagem.


CANTIGA DE VIÚVO

A noite caiu na minh'alma,
fiquei triste sem querer.
Uma sombra veio vindo,
veio vindo, me abraçou.
Era a sombra de meu bem
que morreu há tanto tempo.

Me abraçou com tanto amor
me apertou com tanto fogo
me beijou, me consolou.

Depois riu devagarinho,
me disse adeus com a cabeça
e saiu. Fechou a porta.
Ouvi seus passos na escada.
Depois mais nada...
                                acabou.



Seguem links para mais consulta sobre o poeta:

Wikipedia
Site oficial

Um grande abraço a todos e um ótimo fim de semana!

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