Everything is connected III
HISTÓRICO
O quadro "Everything is connected III" foi feito entre os meses de Junho e Julho de 2021.
O CONCEITO
Não há novidade conceitual de minha parte em "Everything is connected III". Há apenas alguns comentários que creio valerem a pena sobre esse quadro.
Inicialmente, vale dizer a publicação da série está incompleta, por que os dois primeiros quadros da série foram dados de presente para amigos. O primeiro foi dado ao Prof. Dr. Rod Dillon, da Universidade de Lancaster, como forma de agradecimento pela inspiração e pela grande amizade. O segundo foi dado à Dra. Samara Graciane Costa-Latgé, da Fiocruz, como agradecimento pela parceria em tantos projetos ao longo dos anos. Dessa forma, não tenho fotos ou digitalizações boas dos dois primeiros.
A motivação para esse terceiro quadro, além da diversão de desenhar as "estruturas moleculares infinitas", é uma história de grande valor sentimental. Há muitos anos eu vinha conversando com mamãe sobre a necessidade de organizar seus quadros, colocar molduras melhores, organizar o acervo. Não fizemos isso ao longo de sua vida, é tarefa que ficou para agora e que ela não viu concluída. Contudo, com o avanço de sua doença, senti uma grande urgência em começar a fazer isso, e trouxe alguns quadros comigo para o Rio de Janeiro para emoldurar. Quando os levei para o emoldurador, um senhor grego fantástico (Konstantin) que tem uma bonita oficina na Barra da Tijuca, tivemos uma longa conversa sobre arte e pintura. Ele ficou impressionado com a qualidade dos quadros de mamãe...ou estava querendo agradar um cliente! Além do papo espetacular, fez um serviço de altíssima qualidade nos quadros que lhe levei. Voltei à oficina, com mais alguns, e dessa vez levei um desenho meu, o "Everything is connected I". Embora claramente não fosse um estilo de seu agrado, elogiou o desenho, e me aconselhou a usar materiais diferentes e telas maiores. Então, dessa vez segui o seu conselho, e fiz um desenho em formato um pouco maior, A3 em vez de A4, e pastel para dar o acabamento nos campos. O resultado é bem diferente, e não deixou de ser uma experiência que me proporcionou muita reflexão sobre limites, definição, acurácia, sobreposição e misturas. Fica aqui meu agradecimento público ao Sr. Konstantin.
Outro comentário que vale a pena fazer é que esse é o primeiro desenho que faço no atelier que montamos para organizar o acervo de mamãe. Nesse sentido sou eternamente agradecido pelo apoio e pelo suporte de minha esposa, a Dra. Marisa Moura Momoli. O Atelier "Ciência e Arte" está sediado na Freguesia de Jacarepaguá, convenientemente a uma quarteirão de nossa casa. Fazer esses desenhos e pinturas é uma maneira de me reencontrar com mamãe, seguindo a natureza da arte e da cultura, fazendo a ligação com nossos ancestrais. E fico pensando se, nesse caminho e reencontro, esses desenhos e estruturas não sejam, em vez de uma derivação dos meus estudos bioquímicos, uma reverberação do contato e do conhecimento sobre o grande artista uruguaio, Joaquín Torres Garcia, ao qual fomos introduzidos desde pequenos, naturalmente por sermos uruguaios filhos de uma arquiteta e artista. Uma possível relação entre os padrões geométricos dos quadros de Torres Garcia e os meus desenhos me faz pensar até que ponto o meu fascínio por padrões geométricos, não necessariamente repetitivos, não tem raízes profundas na minha memória sentimental e sensorial.
PARA SABER MAIS
Joaquín Torres Garcia (pinturas)
MATERIAIS
Papel de desenho A3 (C à grain, 224g/m2). Linhas com Marcador Tuxedo Black (BIC). Cores com pastel seco colorido Sakura (Nouvel Carré Pastel). Dimensões: 420mm x 297mm.
Comentários
Postar um comentário