Blue Poles Revisited



HISTÓRICO

O quadro "Blue Poles Revisited" foi feito logo após "The Search of Meaning", na série que foi produzida durante a quarentena de 2020. Ele também foi finalizado em Julho. 


O CONCEITO

Jackson Pollock, se não for o meu pintor preferido, sem dúvida é um dos que me inspiraram a gostar de arte. É claro que o background artístico de mamãe foi a força motriz do nosso conhecimento de pintura e afins, mas além disso sempre houve a "descoberta", a maravilha de encontrar obras que me inspiraram e me fizeram ver coisas novas na arte.


Os quadros de Pollock me inspiram para além do belo. As composições me remetem de alguma forma ao universo material, aos "caos organizado" em que vivemos, e com isso cria-se uma conexão profunda entre a arte e o meu saber científico. Já li que as obras de Pollock são tão agradáveis ao olhar por que elas têm uma organização subjacente em fractais. O que é impressionante, por que até onde sei esses "fractais" foram desenhados intuitivamente. O que ressalta não só uma genialidade única, mas também o aspecto quase místico da conexão entre ciência, matemática e arte. Além disso, há toda a inventividade teórica e técnica, que coloca Pollock como um dos grandes pintores do século XX.  


O quadro "Blue Poles", na minha opinião é uma das obras mais lindas de Pollock, e atualmente se encontra no National Museum da Austrália. Originalmente "Número 11", a história desse quadro é absolutamente fantástica. O governo australiano teve que declarar publicamente o valor da compra, de 1,3 milhões de dólares, o que causou uma grande controvérsia no país. Hoje é a maior atração do museu e vale 350 milhões...


A minha inspiração original foi de brincar com os padrões verticais do quadro original, que de alguma forma me remetem a padrões de vegetação (provavelmente por que sou biólogo). Acabei criando um padrão minimalista, com poucas cores, o que acabou me trazendo a sensação de uma vegetação muito mais cerrada ou uniforme, em certo sentido uma amplificação da minha visão sobre a obra de Pollock. A intenção original era fazer um padrão totalmente regular com duas cores alternadas, mas cometi dois erros, e finalizei o padrão com duas faixas de cores diferentes. O que me fez pensar no nascer e no pôr do sol em uma floresta cerrada, mas que cada um veja o que quiser (na minha opinião, esse é um quadro para se ver de perto). 


Também faz pensar no papel dos erros na criação, seja em arte ou na ciência - e a observação que os erros tornaram o quadro muito mais interessante me fez pensar um pouco sobre a minha atitude em relação a isso...e refletir que todo erro implica em escolhas, e que, na verdade, mais do que tentar não cometer erros, é mais importante saber o que fazer com eles quando acontecem. Os erros fazem parte da natureza e da vida.


PARA SABER MAIS

Jackson Pollock

Blue Poles

National Museum Australia - Blue Poles History


MATERIAIS

Papel de desenho A4 (Renauld Branco, 180g/m2). Linhas com caneta nanquim 0.7 mm. Cores com lápis de cor SuperSoft Faber Castell. Dimensões: 210mm x 297mm.


 

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