NoVoid

 



HISTÓRICO

O quadro NoVoid foi feito na sequência de "Red Alpha", sendo um dos desenhos feito em Julho 2020 durante a quarentena por causa do Coronavírus. A sua execução levou em torno de duas semanas, entre o traço, escolha das cores e execução. É um desenho que foi precedido de alguns estudos e esboços, que não foram finalizados. Como todos os desenhos da série feita na quarentena, a sua motivação maior foi a saudade.


O CONCEITO

A Idéia original de NoVoid era continuar o trabalho com as estruturas moleculares imaginárias infinitas. Dessa vez, contudo, optei por uma representação mais "cheia", análoga à representação que mostra os raios de Van der Waal dos átomos, sem explicitar as suas ligações entre si com o formato de bastão. Nesse sentido, "NoVoid" difere dos desenhos anteriores, que se baseavam nos modelos de esfera e bastão. 

Contudo, conforme fui compondo as estruturas, a idéia de que não existem espaços vazios na natureza começou a tomar conta da execução. Isso é especialmente verdareiro para as estruturas e os meios biológicos, aonde o que não está preenchido por biomoléculas está ocupado pelo solvente (água), sais...de fato, lembro-me de ter ficado muito impressionado quando vi pela primeira vez uma representação "realista" do interior de uma célula, aonde todas as moléculas estavam empilhadas, unidas, espremidas, sem nenhuma espécie de espaço livre entre elas. Também fiquei impressionado com a idéia de que o citoplasma provavelmente tem a consistência de um gel ("gelatina"), e que as concentrações de solutos e moléculas nos seres vivos são, na verdade, altíssimas. Felizmente durante a carreira de enzimologista consegui conviver com a contradição do estudo de soluções diluídas dos componentes da célula, e tentativa de interpretação de suas características físico-químicas como se elas representassem o que ocorre "de verdade" nos organismos. É a velha dicotomia da parte e do todo, que em sistemas biológicos é levada à ultima potência pelos níveis de organização hierárquicos e abundância de propriedades emergentes.

Vale dizer que, conforme o desenho foi ganhando o espaço, foram surgindo perspectivas diferentes...a mais divertida vinda de Gabriela, minha filha mais velha, que ADOROU OS CONFETES.


MATERIAIS

Papel de desenho A4 (Renauld Branco, 180g/m2). Linhas com caneta nanquim 0.7 mm. Cores com lápis de cor SuperSoft Faber Castell. Dimensões: 210mm x 297mm.

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